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Ramirez: três séculos, cinco gerações
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Ramirez: três séculos, cinco gerações

A Ramirez & Cª (Filhos), SA nasceu no séc. XIX e, no séc. XXI, mantém-se na vanguarda. Continua a lançar novidades no mercado cada vez mais saudáveis e a reforçar a aposta na sustentabilidade.

EM 1853, Sebastian Ramirez fundava, em Vila Real de Santo António, no Algarve, a S. Ramirez, que se dedicava à salga de peixe. Em 2021, quase 170 anos depois, é uma das mais antigas empresas de conservas de peixe em laboração no mundo e construiu uma das mais modernas e ecológicas unidades fabris do setor: a Ramirez 1853, em Lavra, no limite norte de Matosinhos.

O seu portefólio é único a nível mundial. Só a marca Ramirez apresenta cerca de 70 referências, mas há mais 14 marcas que fazem parte da empresa e que produzem 200 produtos diferentes. O Atum em Óleo, ou em Azeite ao Natural, e as sardinhas portuguesas têm grande relevância no mercado, mas há outros que merecem destaque, como o Atum Assado à Algarvia, produto único e com importância simbólica, pois reproduz a receita caseira da avó do presidente do conselho de administração da Ramirez. Referência devida ainda ao Bacalhau à Portuguesa, pelo desafio de produção subjacente e, pela inovação, a Linha Baixo Teor de Sal e o Salmão ao Natural.

Defensora da dieta mediterrânica, que privilegia o peixe e as suas mais-valias nutricionais, tem procurado reforçar e diversificar a oferta com propostas de alimentação saudável. Recentemente, lançaram o TunaFunctional®, uma conserva de atum que favorece o reforço do sistema imunitário, a preservação da saúde e o bem-estar.

Desenvolvido pelo Centro de Nutrição Ramirez (CENUTRA), este alimento funcional foi testado cientificamente e contou com a colaboração da Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica (ESB) e do Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde (CINTESIS), na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP). Lançaram ainda diversas referências no segmento bio, o Salmão ao Natural e o Atum Baixo em Sal.

Enfrentar o futuro de frente

Ao longo de 168 anos de atividade, muitos têm sido os desafios enfrentados e que a empresa resume em três grandes eixos: o acesso a matéria-prima sustentável, de qualidade e a um preço competitivo, num mercado cada vez mais global; o acompanhar da evolução da tecnologia; e o saber interpretar os desejos dos consumidores dos diferentes mercados. “Ao primeiro, respondemos com diversificação, no domínio dos locais de pesca, das espécies produzidas e na variedade de produtos; ao segundo, com o investimento contínuo; o terceiro obriga-nos a estar atentos às novas tendências mundiais no setor da alimentação”, esclarece Luís Avides Moreira, administrador adjunto da Ramirez & Ca. (Filhos), S.A.

Um exemplo prático desta estratégia foi precisamente a criação do já referido CENUTRA há mais de 15 anos, e que representou uma mudança de paradigma na empresa, pois, além das conservas ditas tradicionais, passaram a dar maior atenção aos aspetos nutricionais dos produtos. Assim como a criação, há mais de 50 anos, de laboratórios próprios para o controlo de qualidade. E, se todas as fases do processo produtivo têm o acompanhamento e monitorização permanente deste seu Departamento de Qualidade, a fiabilidade da produção da Ramirez é ainda certificada pelos exigentes standards reconhecidos pelas cadeias de distribuição internacionais, como a ISO9001/2015, BRC Food, IFS Food, FOS e MSC. Esta última confere o eco-rótulo azul do “Marine Stewardship Council”, um certificado de pesca ambientalmente sustentável, tendo sido a Ramirez a primeira empresa portuguesa a recebê-lo. Nos últimos anos, a sua gama de produtos com este selo de sustentabilidade tem vindo a aumentar, em linha com as exigências de cada mercado.

Sustentabilidade no séc. XXI

Sinal dos tempos, a Ramirez 1853, fábrica inaugurada em 2015, funciona em economia circular. A sua iluminação recorre a tubos solares e a produção utiliza 80% de energia verde (o objetivo é atingir os 100% em 2023), com recurso a painéis solares e biomassa. Está ainda dotada de sistemas de aproveitamento das águas pluviais e circuitos de acondicionamento dos restos do peixe, canalizados para outros setores. Detém igualmente um sistema que reaproveita o calor e a energia gerados por máquinas, para ativar outras. Desta forma, pretende ser um paradigma da sustentabilidade, indo ao encontro da inovação tecnológica e diferenciação do produto. É nesse sentido que a sua administração tem trabalhado e garante continuar a trabalhar.

Ao estar inserida num mundo cada vez mais global, em que o paradigma do comércio internacional está também a mudar – com o aumento dos custos dos transportes e as movimentações geopolíticas –, “ser competitivo” é cada vez mais um enorme desafio para as empresas, “no entanto, como gestores, temos de saber ler estes sinais e ajustar a nossa estratégia. Se assim o fizermos, temos a receita para conquistar novos mercados. Na Ramirez, é isso que fazemos”, refere Luís Avides Moreira.

E porque num mundo globalizado há que saber ser global, o apoio de todos os parceiros, como o trabalho em equipa, é fundamental para o sucesso: “Os fundos europeus e a parceria estratégica com a Caixa Geral de Depósitos revelam-se essenciais para o nosso crescimento sustentado, como também para o cumprimento dos nossos objetivos, quer em termos de inovação tecnológica, quer em termos de diferenciação do produto”, revela Luís Avides Moreira.

A Ramirez está no mercado há quase 170 anos e continua a apostar na diferenciação como um dos seus “key success factor”, desenvolvendo continuamente novos produtos. “Todos os dias pensamos em como criar novas receitas, mais saudáveis e que valorizem o produto conserva de peixe. A diferenciação também passa pela criação de valor acrescentado. Atualmente temos vários produtos e receitas em desenvolvimento para serem testadas nos mercados. Falamos em novas receitas de atum, bacalhau, sardinhas e também salmão. As novidades vêm a caminho!”

  • Luís Avides Moreira, administrador adjunto da Ramirez & Ca. (Filhos), S.A.

    Luís Avides Moreira, administrador adjunto da Ramirez & Ca. (Filhos), S.A.

Entender o processo de produção

Fazer uma conserva de sardinha, por exemplo, tem complexidades que não são imediatamente identificáveis, sendo que todas as fases do processo produtivo têm o acompanhamento e monitorização permanente do Departamento de Qualidade.

  1. Acondicionamento do peixe na câmara de refrigeração;
  2. Depois de destinado a produção, colocação do peixe em salmoura;
  3. Em simultâneo com essas primeiras fases, realiza-se o controlo de diversos parâmetros do peixe;
  4. Corte das sardinhas;
  5. Última lavagem da sardinha, já dentro da lata, antes da pré-cozedura;
  6. Pré-cozedura;
  7. Período de arrefecimento do peixe e controlo do peso;
  8. Adição do molho e respetivo controlo;
  9. Fecho das latas. O processo de cravação (união do tampo à lata) é particularmente controlado, quer em linha – fazendo a inspeção das latas –, quer no controlo de qualidade – fazendo vários controlos ao longo do dia;
  10. Lavagem das latas com água e detergentes;
  11. Esterilização a vapor e respetivo controlo;
  12. Stock e rotulagem.

Factos e números

Ano da fundação: 1853
Localização da sede: Lavra, Matosinhos
N.º fábricas: 1
Principais clientes: cadeias de distribuição
Quantidade de produção/ano: 50 milhões de latas
Volume de negócios em 2020: 35 milhões de euros
Peso das exportações em % da faturação: aproximadamente 60%
Presença direta em quantos países: 55 mercados
Principais mercados/países de exportação: França, Bélgica, Reino Unido, EUA, Canadá, Brasil, Colômbia, Angola, África do Sul.
Previsão do volume de negócios para 2021: manter os valores de 2020
N.º de empregados: 220
N.º de empregos criados indiretamente pela ação da empresa: cerca de 100