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A hora da capitalização

Beatriz Freitas, presidente da comissão executiva do Banco Português de Fomento

Notícias

A hora da capitalização

Uma das missões do novo Banco Português de Fomento é a capitalização das empresas, sobretudo com o novo fundo de capitalização dotado com 1,3 mil milhões de euros.

“Portugal tem uma experiência longa de apoio a empresas na dimensão financeira, dominantemente com o que tem a ver com a dimensão da dívida. Mas temos um elemento crítico que é o alto grau de endividamento das empresas que hoje está nos 130% do PIB, que é um nível elevado”, começou por afirmar Franquelim Alves, vice-presidente do Conselho Geral da CIP no debate “Instrumentos de financiamento e capitalização”.

“A componente dos capitais próprios é crítica e a mais difícil de resolver. No passado, houve tentativas de engenharia financeira via fundos comunitários e de capital de risco, mas sempre com grandes dificuldades de implementação no tempo, na execução e na própria restrição aos montantes e à aplicabilidade dos fundos”, recordou Franquelim Alves.

Uma das missões do novo Banco Português de Fomento é a capitalização das empresas sobretudo com o novo fundo de capitalização com 1,3 mil milhões de euros, que Pedro Siza Vieira anunciou durante a conferência “Os novos Programas Europeus e a Transformação da Economia Portuguesa”, realizada a 5 de julho de 2021 na Culturgest, em Lisboa, coorganizada pela CGD e pela CIP.

Mercado de capitais

“Os instrumentos de capitalização são o maior desafio que temos pela frente e o que está a ser pensado nesta matéria é um instrumento que seja flexível. Por isso, o fundo de capitalização será flexível, terá acesso aos vários instrumentos de capitalização que existem”, explicou Beatriz Freitas, presidente da comissão executiva do Banco Português de Fomento.

“Quando falamos de capitalização temos a tendência de olhar apenas para instrumentos de capital que são diretos nas empresas. Olhamos para o passado e vimos que o instrumento de capital que teve mais adesão foi o coinvestimento com investidores privados. Verificamos que não temos instrumentos de quase capital que vão ser criados e utilizados nesta fase de uma maneira mais efetiva para conseguir chegar às PME e às microempresas, porque os instrumentos de capital direto são muito difíceis de montar e de negociar com os privados”, referiu Beatriz Freitas. Os instrumentos quase capital são um tipo de financiamento entre capital próprio e dívida, com um risco maior do que a dívida sénior e um risco menor do que o capital ordinário.

Mas a líder do Banco Português de Fomento diz que vão procurar inovar e dinamizar o mercado de capitais. Recordou que, pouco antes da crise sanitária de covid-19, estava a fazer um projeto-piloto com um conjunto de empresas de turismo para fazer um empréstimo obrigacionista para PME que lhes permitisse ir ao mercado, mas tudo soçobrou com a crise sanitária. “Vamos retomar este projeto com o fundo de recapitalização e que terá três tipologias de instrumentos financeiros: capital, dívida e garantias, e estas podem ser mais na vertente de mercado de capitais”, referiu Beatriz Freitas.

Por sua vez, Laurent Zylberberg, presidente da European Long-Term Investment Association, alertou para os riscos que as pequenas empresas representam e que por isso é necessário criar um círculo virtuoso que permita chegar a essas organizações, porque “quanto mais pequena é uma empresa, menos capacidade tem de captar financiamento e investimentos”.